Summit Imobiliário do Estadão detalha inovação trazida pela Urbem para o mercado e a construção civil

SUMMIT IMOBILIÁRIO DO ESTADÃO DETALHA INOVAÇÃO TRAZIDA PELA URBEM PARA O MERCADO E A CONSTRUÇÃO CIVIL

O Summit Imobiliário do Estadão, evento realizado anualmente pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre as principais tendências do segmento, mostrou que, mais do que um desejo, a inovação já é uma realidade nesse mercado. Em um painel dedicado ao tema e mediado pelo repórter especial da Agência Estado Circe Bonatelli, foi possível conhecer melhor as diferentes possibilidades que vêm emergindo, desde a adoção de técnicas construtivas mais eficientes, passando pelo uso de dados até a desburocratização dos processos de locação, compra e venda de imóveis. Participaram como debatedores Ana Bastos, CEO da Urbem, indústria de madeira engenheirada em larga escala para a construção civil, Bruno Loretto, da empresa de investimentos Terracota Ventures, Leonardo Azevedo, presidente da startup de busca por imóvel Apê11, Fábio Romano, CEO da Gafisa Viver Bem, plataforma de soluções imobiliárias, e Guilherme Paiva, diretor da Vertical Imobiliária do Estadão.

Em sua fala, Ana Bastos detalhou o atual momento da Urbem, spin off da AMATA que ganhou independência neste ano. Como termômetro da boa inserção que a Urbem vem conquistando, a executiva comparou cenários: enquanto em 2019 foram avaliados 50 mil m2 em projetos, nos últimos 18 meses foram avaliados 1 milhão de m2.

O mediador Circe Bonatelli indagou sobre os fatores que levaram à consolidação da Urbem. Ana Bastos elencou a visão dos sócios como ponto de partida, seguida pelo aprendizado gradual de toda a equipe. “Eles já vinham tentando entender como uma empresa pode ajudar na transformação e para uma empresa florestal como a AMATA, transformar é avançar na cadeira”, resumiu a executiva.

Inicialmente, a empresa não mirou a madeira engenheirada, e sim produtos mais simples, como molduras. “Naquele momento, pensamos que a madeira engenheirada era muito disruptiva e levantamos algumas dúvidas. O brasileiro vai querer construir com ela? A legislação vai permitir? Os arquitetos vão gostar dessa tecnologia? E os engenheiros, vão ter capacidade de projetar?”, apontou Ana Bastos. “A gente tem um mercado super robusto, técnico e capacitado, mas que conhecia muito pouco da madeira engenheirada. Então, aquela ideia de que basta pensar no novo e ele vai acontecer, está muito longe da realidade”, afirmou.

Para ela, essa primeira percepção aconteceu quatro anos atrás e fez com que desde então a equipe se dedicasse a testar se a legislação permitiria construir em madeira e quais seriam as limitações. “Como o Brasil se lastreia muito em legislações estrangeiras, isso acabou se mostrando uma vantagem, pois a madeira engenheirada nasceu na Europa e a legislação baseada nas práticas europeias permite seu uso”, apontou. O segundo passo foi verificar se o cliente queria o produto, ou seja, se construtoras e incorporadoras estavam dispostas a utilizar a madeira engenheirada para obterem obras mais rápidas e sustentáveis. “No início, não pareciam muito interessadas, mas uma coisa muito boa é ter um produto inovador e que lida com uma dor do mercado, fica mais fácil ser ouvido. Quando entenderam que o canteiro de obras ia ficar mais rápido, mais limpo, que seria possível montar um prédio como no brinquedo Lego e que a legislação permite, as conversas avançaram”, resumiu.

Segundo Ana Bastos, embora a madeira engenheirada já exista há mais de vinte anos e seja usada como um produto que permite produzir edificações altas, há o desafio de ganhar escala – sobretudo no Brasil.

Locais como Estados Unidos, Europa e Austrália já utilizam a técnica há muitos anos, com ótimos resultados. Por aqui, há um edifício concluído utilizando a madeira engenheirada como elemento estrutural: a loja conceito da marca de chocolates Dengo, na Av. Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo. Muito mais do que expor as barras do doce, o edifício é uma excelente vitrine para o mercado compreender o potencial da madeira engenheirada e adotá-la em larga escala na construção civil. Para contribuir com esse processo, a Urbem prepara a inauguração de sua primeira indústria, prevista para o segundo semestre do ano que vem.

Assista abaixo o evento na íntegra.