Entenda como a indústria de base florestal contribui com a economia, biomas e clima

Entenda como a indústria de base florestal contribui com a economia, biomas e clima

Imagine uma indústria que gera 1,2% do Produto Interno Bruto e receita bruta de R$ 97,4 bilhões (US$18,57 bilhões). Essa indústria também contribui para a preservação ambiental, é parceira estratégica para a inovação e evolução de negócios sustentáveis e um importante cartão de visitas do Brasil no exterior, embora ainda não tenha conquistado o mesmo nível de reconhecimento pelos próprios brasileiros. Trata-se da indústria de base florestal, cuja cadeia produtiva envolve tanto cuidados com florestas nativas quanto criação de florestas certificadas plantadas, multiplicando a cobertura vegetal do país.

É uma indústria capaz de gerar mais de 5000 produtos e subprodutos alinhados à bioeconomia, entre eles madeira serrada, papel, celulose, pisos laminados, painéis de madeira e carvão vegetal. Talvez o maior destaque da atuação em território nacional seja a capacidade de contribuir com o reflorestamento. No Brasil, o processo típico envolve o preparo do solo, plantio e colheita, seguidos pelo reinício de todo o processo. 

São 9 milhões de hectares cultivados em consonância com programas internacionais de certificação, como Forest Stewardship Council® (FSC®), Programme for the Endorsement of Forest Certification (PEFC) e International Organization for Standardization (ISO). Dessa forma, é possível garantir alta produtividade em equilíbrio com a natureza.

E há mais benefícios: no Brasil a permissão para o plantio está atrelada a exigências de conservação. Ou seja, cada empresa se compromete a ser também guardiã de florestas nativas. Existem atualmente quase 6 milhões de hectares preservados como contrapartida e distribuídos em áreas de preservação permanente, reservas legais e reservas particulares de patrimônio natural. 

Esse enfoque abrangente tem permitido à indústria florestal ajudar a reverter quadros ameaçadores para os biomas nativos. É o caso da Mata Atlântica, que chegou a ter 93% de sua extensão original destruída pela exploração predatória e agora segue em estabilidade. Levantamento realizado pelo MapBiomas revela que os 27,1% de cobertura registrados em 1985 caíram para 25,8% em 2020, configurando uma situação controlada. A boa notícia é que, de 2000 e 2010, a Mata Atlântica ganhou 5.754 km² de florestas replantadas, garantindo a sobrevivência de espécies da fauna e da flora ameaçadas. 

Considerando a soma das áreas plantas e conservadas pelo setor florestal, há um potencial de estoque de 4,48 bilhões de toneladas de carbono equivalente. Ao sequestrar e armazenar parte dos gases já lançados na atmosfera, o segmento dá uma importante contribuição para o combate das mudanças climáticas e para o cumprimento das metas do Acordo de Paris. O Brasil precisa reduzir em 37% as emissões de gases do efeito estufa entre 2005 e 2025. Para isso, precisará reflorestar 12 milhões de hectares até 2030, ação que só será possível com a participação ativa do setor florestal.

FSC® C123250