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Você conhece a Oregon State University, a universidade da Silvicultura, localizada nos Estados Unidos?

Conciliar prática e teoria é tarefa para poucos. Em muitas situações, o que se aprende em sala de aula destoa do que se vê ao redor. Mas isso não acontece na Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, no complexo de Ciências Florestais, onde dois edifícios de madeira inaugurados em 2019 e 2020 abrigam espaços de ensino e pesquisa ligados a silvicultura e ao uso dessa matéria-prima na construção civil.

O nome por trás dos projetos arquitetônicos dos edifícios de madeira da universidade, é de um grande defensor desse sistema construtivo: o arquiteto canadense Michael Green, fundador do escritório Michael Green Architecture (MGA), que é hoje um dos maiores nomes quando falamos em projetos concebidos em madeira engenheirada.  Para a Oregon University, ele criou dois edifícios que fazem parte do complexo de Ciências Florestais, no campus localizado em Corvallis. Ambos têm como objetivo contribuir para o pleno funcionamento dos ecossistemas florestais no século 21 e, mais do que abrigar os estudantes, o complexo destaca uma maneira totalmente nova de pensar sobre construção e design, exemplificando como as florestas geridas de forma sustentável podem ser usadas para criar belos edifícios de madeira.

O mais recente deles, o Peavy Hall, possui mais de 7.000 metros quadrados e é composto por sete salas de aula, escritórios e salas de informática, laboratórios, espaços para aprendizagem e locais de trabalho para os alunos.  Um sistema inédito nos Estados Unidos permite que as paredes de CLT (sigla em inglês para Cross Laminated Timber) se movam horizontalmente e sejam centralizadas para abrir espaço ao redor. Os dados sobre a movimentação da estrutura são coletados por 200 sensores, responsáveis por abastecer os alunos de informações sobre variações horizontais, verticais e de umidade.

O segundo projeto é o AWP (A.A. “RED” EMMERSON ADVANCED WOOD PRODUCTS LABORATORY), de quase 1.400 metros quadrados e onde estão dispostas salas de pesquisa, baias para testes estruturais e fabricação de produtos avançados em madeira. Um amplo vão central em Glulam (ou madeira lamelada colada em português) divide a área em duas partes. De um lado, são realizados os testes estruturais, enquanto o outro concentra as ações de robótica e equipamentos de fabricação.

Por dentro e por fora, a concepção é marcante. As colunas que sustentam o pé-direito duplo são intercaladas por janelas, simulando a paisagem de uma floresta repleta de altos troncos de árvores, com grande aproveitamento da luz natural. No interior, a textura e a tonalidade clara da madeira proporcionam uma atmosfera acolhedora. Por todos os lados, a grande variedade de elementos que se conectam para viabilizar edifícios em madeira: indústrias de ponta, respeito ao meio ambiente, a busca do bem-estar para as pessoas e a valorização do conhecimento.

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