Como sinal do amadurecimento do mercado brasileiro de madeira engenheirada, a Urbem captou R$ 103 milhões para viabilizar o funcionamento de sua primeira fábrica, que já se encontra em construção no Paraná. A rodada permite que a Urbem, criada como uma unidade de negócios da AMATA, se consolide como uma empresa independente, de capital e gestão próprios.
O grupo de investidores é composto por acionistas da AMATA e pelo DX Ventures, fundo de corporate venture capital da Dexco. Em julho, a gigante da construção civil anunciou um novo ciclo de crescimento a partir do uso de um novo nome e da realização de aportes estratégicos. “A Urbem foi uma das scale-ups que mais se destacaram no nosso mapeamento de tendências do setor de materiais de construção e decoração no Brasil e no mundo”, afirma Daniel Franco, Diretor de TI e Inovação da Dexco. Segundo o executivo, a parceria permitirá que a companhia protagonize a transformação e a inovação da construção civil brasileira. O DX Ventures contará com dois assentos permanentes no Conselho de Administração da Urbem.
Com a entrega dos equipamentos prevista para o final deste ano e início da operação no segundo semestre do ano que vem, a nova planta da Urbem produzirá elementos estruturais do tipo CLT (sigla em inglês para cross-laminated timber) e MLC (madeira lamelada colada) a partir de madeira pinus provenientes de florestas plantadas e certificadas. A expectativa é entregar um volume anual de 100 mil metros cúbicos, o equivalente a 500 mil metros quadrados em área construída. O objetivo é oferecer ao mercado imobiliário uma importante alternativa para aumento de produtividade e atendimento a critérios ESG, com o uso de um produto renovável e capaz de estocar carbono ao longo de toda a sua vida útil.
De acordo com Ana Bastos, CEO da Urbem e da AMATA, a afinidade entre Dexco e Urbem foi decisiva para que a parceria fosse bem-sucedida. “A Dexco é o investidor estratégico ideal porque tem ao mesmo tempo o DNA de pioneirismo e inovação e um olhar integrado, que começa na floresta, passa por diversos produtos e chega em todos os ambientes das edificações brasileiras”, afirma. Para ela, o aporte dá à Urbem a oportunidade de ampliar o acesso ao mercado e participar de uma rede industrial forte e consolidada.
A parceria é um marco para o mercado nacional de madeira engenheirada, representando o primeiro passo de uma transformação setorial. O Brasil já é referência em produtos industriais madeireiros, apresentando forte produtividade florestal, além de disponibilidade territorial para expansão. Por outro lado, o mercado de construção civil brasileiro é amplo e robusto, e tem buscado cada vez mais soluções construtivas que aliem sustentabilidade, industrialização e produtividade.
Essa combinação de fatores indica que o florescimento da tecnologia da madeira engenheirada no Brasil está apenas começando. Assim como os países da Europa e América do Norte que já se encontram em estágios mais avançados de desenvolvimento de mercado, a madeira tende a ganhar cada vez mais espaço entre os sistemas construtivos, fomentando assim o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva – de novas fábricas à ampliação da base florestal de pinus no Brasil.
A primeira indústria Urbem marca o início dessa história de transformação, sustentabilidade e inovação no mercado de construção civil, alicerçada na potência das florestas brasileiras.
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