Embora tenha se tornado foco das discussões sobre o futuro do planeta, o carbono segue sendo um grande mistério para muita gente. Para compreender por que o controle de emissões tornou-se tão estratégico para a nossa sobrevivência, vamos olhar mais de perto a trajetória desse elemento na natureza.
O carbono é a base das moléculas orgânicas e por isso está presente em todos os organismos vivos como também no solo e nos oceanos. Ele pode ainda assumir a forma de gás e ir para a atmosfera, situação em que é denominado gás carbônico ou dióxido de carbono, representado como CO2. Esse gás é liberado pelos seres vivos por meio da respiração. Em seguida, é reciclado pelas espécies vegetais com a ajuda da energia do sol, processo chamado de fotossíntese. O objetivo da fotossíntese é formar moléculas de glicose que garantirão a energia necessária para o crescimento de plantas e árvores.
Embora a quantidade de carbono existente na Terra seja fixa, extraí-lo do subsolo na forma de petróleo ou carvão e queimá-lo é sobrecarregar a atmosfera com esse elemento. É esse o ponto de partida para o efeito estufa, causado pelo excesso de gás carbônico e de outros gases como metano e óxido nitroso. Tal combinação faz com que o calor do sol penetre na atmosfera e não consiga mais sair. Com isso, vem a elevação das temperaturas, que por sua vez causa o aquecimento global.
Com tantas formas de liberar carbono, a única alternativa para extraí-lo do ar continua sendo a respiração vegetal. Só com a ajuda de uma ampla cobertura verde é possível controlar o efeito estufa e combater o aquecimento global. Claro que impedir desmatamentos e focos de combustão, é crucial para uma ação bem-sucedida, assim como o incentivo à adoção de fontes de energia renováveis.
A adoção de métodos construtivos baseados em madeira engenheirada é outra estratégia importante principalmente quando analisamos a quantidade de emissões proveniente dos processos tradicionais de construção. A participação da construção civil no total de emissões de gás carbônico varia de acordo com o país, perfil da economia, matriz energética adotada, entre outros. No entanto, é importante ressaltar que, em todas as regiões do planeta, a construção civil é responsável por parte considerável das emissões, além de basear a sua produção no consumo de materiais provenientes de fontes não-renováveis, como areia e pedra.
Árvores provenientes de florestas certificadas plantadas, por outro lado, extraem carbono da atmosfera durante todo o seu ciclo de crescimento e seguem retendo-o quando convertidas em produtos para uso na construção civil. As áreas de colheita são novamente replantadas, garantindo a manutenção de uma proporção verde capaz de reequilibrar o jogo e conter o avanço das temperaturas globais.
Existem diversas alternativas para que empresas que atuam na construção civil possam reduzir o impacto de suas atividades quanto às emissões de carbono. Para atender às metas de redução nas emissões de carbono, os empresários têm à sua disposição uma série de ferramentas que, usadas de forma conjunta, trazem resultados expressivos e rápidos. Como exemplo, cita-se as ações de economia de recursos naturais e os programas de compensação de emissões.
No entanto, substituir matérias-primas não-renováveis e emissoras de carbono por materiais renováveis e estocadores de carbono apresenta-se como a estratégia mais contundente e eficaz no longo prazo. Iniciar uma mudança de mentalidade talvez seja o primeiro passo de uma transição urgente e necessária.