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Mercado global de madeira engenheirada deve chegar a US$ 3,6 bilhões até 2027

O mercado global de madeira engenheirada cresce e deve seguir crescendo como nunca. Enquanto a Europa segue tanto como principal fabricante do material quanto maior mercado consumidor, ampliando o número de fábricas e o volume de projetos em madeira, Canadá e Estados Unidos aceleram a implantação de mudanças em seus códigos construtivos para que mais edifícios sejam concebidos em madeira.

A movimentação já impacta as previsões para o setor. De acordo com um relatório recém-divulgado pela consultoria Market Research Future (MRFR), a madeira engenheirada já representa globalmente um mercado de US$ 1,7 bilhão, com potencial de atingir US$ 3,6 bilhões até 2027. O aumento da demanda por edifícios verdes, em resposta à crescente adesão do mercado à agenda ESG, deve ser intensificada em diversas regiões do mundo, expandindo a participação da madeira engenheirada em mercados onde ela já foi inserida e desenvolvendo novos mercados.

Alemanha, Itália, Áustria e França concentram hoje parte significativa das fábricas do continente europeu, que representam hoje a referência técnica da produção de madeira engenheirada.

Talvez a mais influente e certamente a mais antiga entre as europeias é a finlandesa Stora Enso. Considerada a companhia de capital aberto mais antiga do mundo, com parte das atividades iniciadas em 1288, é hoje uma gigante global com 46 mil funcionários e presença em quarenta países, entre eles o Brasil. A produção de madeira engenheirada, no entanto, ainda se concentra na Europa, onde estão obras-primas como o Joensuu Lighthouse, uma torre de 50 metros de altura e 117 apartamentos na cidade finlandesa de Joensuu.

O apetite por crescer no segmento fez com que em agosto deste ano a Stora Enso ingressasse no consórcio Build-in-Wood, financiado pela União Europeia para promover a madeira como alternativa ao concreto e ao aço em prol de uma construção civil mais produtiva e sustentável. Coordenada pelo Instituto Tecnológico Dinamarquês, a iniciativa iniciada em 2019 representa um investimento de 10 milhões de euros até 2023 envolvendo onze países. Universidades, arquitetos, fornecedores, engenheiros e consultores trabalham conjuntamente analisando sistemas construtivos, planos de negócios, desempenho e atendimento a critérios de sustentabilidade.Mercado global de madeira engenheirada deve  chegar a US$ 3,6 bilhões até 2027

Nas Américas, destaca-se a forte e relativamente recente adesão dos Estados Unidos à tecnologia, que deve provocar um contínuo aumento da demanda, que já coloca o país como o segundo maior mercado de madeira engenheirada do mundo, atrás apenas da Europa. Nesse ritmo de expansão, novas fábricas devem surgir e avançar para novas localidades, especialmente na América do Sul e na Ásia, mercados ainda emergentes, mas com grande potencial para as edificações em madeira.

O lançamento da fábrica da Urbem no Brasil, previsto para o segundo semestre de 2022, vai mudar radicalmente o equilíbrio das forças produtivas da região. Com capacidade anual para 100 mil metros cúbicos de madeira engenheirada, ela fica entre as cinco maiores produtoras da Europa, segundo dados de relatório da ONU sobre o uso da madeira no mundo. O topo da lista é ocupado pela Stora Enso, que atualmente entrega 270 mil metros cúbicos de madeira engenheirada por ano somando suas três unidades. Isso significa que, em seu primeiro ano de operação, a Urbem já colocará no mercado um volume superior a um terço de toda a produção da gigante finlandesa.

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