Muito se fala em “cidades do futuro”, mas o que isso significa? Filmes de ficção científica foram hábeis em criar cenários onde cápsulas envidraçadas voam por entre torres altíssimas pontuando um cenário para lá de inóspito. Na vida real, a evolução tecnológica e industrial trouxeram outras possibilidades, como a casa automatizada e seus eletrodomésticos inteligentes. Sensores permitem que a geladeira, por exemplo, envie digitalmente ao supermercado pedidos por produtos que acabaram. Robôs executam tarefas domésticas e se mostram confiáveis nos cuidados com idosos e crianças. A inteligência artificial amplia ainda mais as possibilidades, em alguns casos superando as habilidades humanas. Mas há um ponto fundamental a ser considerado se quisermos mesmo estar aqui para vivenciarmos tudo isso: sem processos mais sustentáveis, os danos ambientais irão comprometer a própria ideia de futuro. A mudança passa pela transformação de processos industriais, produtivos, de mobilidade e também construtivos. A construção civil é hoje responsável por boa parte dos impactos causados tanto em relação ao volume de emissões quanto à demanda energética e ao desperdício de materiais.
Um primeiro esforço nessa direção foi o desenvolvimento de uma série de parâmetros para balizar o mercado e incentivar a concepção de edifícios mais eficientes e sustentáveis. Assim surgiram iniciativas como o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design, ou Liderança em Energia e Design Ambiental, em tradução livre), criado em 1993. Trata-se de um sistema de pontuação que certifica as edificações que melhor desempenham em quesitos como localização e eficiência energética e no uso de água. Na esteira desse modelo, outros vieram. Em 2008, foi a vez do selo Aqua elevar a qualidade construtiva. Os referenciais técnicos passaram a incluir também aspectos culturais e climáticos, além de normas técnicas e regulamentação brasileiras, estimulando uma melhoria contínua no desempenho das edificações.
Neste ano, uma nova iniciativa se destaca por ampliar e ao mesmo tempo aprofundar o entendimento sobre edificações sustentáveis. É a Urbem, uma empresa Amata que é guiada pela crença visionária em usar a força da floresta para construir hoje, as cidades do futuro. Como? Produzindo madeira engenheirada em larga escala no Brasil. A partir do uso dessa matéria-prima renovável e de sistemas construtivos inteligentes, que otimizam os tradicionais canteiros de obra, é a hora de mais uma vez atualizarmos nosso repertório sobre edifícios verdes. É a consolidação de um panorama bem mais amigável e resiliente, possibilitando a construção de edifícios multipavimentos em madeira engenheirada. É a conexão da natureza para desenvolver as cidades do futuro e para o futuro das nossas cidades.